18.11.06

ECS9 - PRIMEIRA POSTAGEM


EDUCAÇÃO, TRABALHO INFANTIL E FEMININO - ECS9
É repulsivo, que em alguma época tenha sido considerado legítimo e saudável o trabalho de crianças e adolescentes ("aquele que quer comere tem de trabalhar, não só com seu cérebro, mas também com suas mãos").As crianças, a partir dos 9 anos de idade, eram conduzidas ao trabalho por seus próprios pais e não havia defesa de seus direitos.De acordo com Karl Marx, a sociedade não podia permitir que pais e patrões empregassem seus filhos, salvo se esse trabalho fosse paralelo com a educação. O trabalho noturno, de crianças, deveria ser proibido por lei.Uma "lei ilusória", que dizia que as crianças deveriam permanecer encerradas por um determinado número de horas, por dia, entre quatro paredes, em um local chamado "escola", foi criada. Sendo que não raro acontecia, que a pessoa que se dizia professor neste local, não sabia nem ao menos escrever o próprio nome e o local era impróprio para o número de crianças que atendia.A lei fabril inglesa, veio minimizar a situação: os pais não poderiam enviar seus filhos menores de 14 anos às fábricas, sem enviá-los ao mesmo tempo à escola primária. O fabricante era responsável pela observação da lei. O ensino na fábrica era obrigatório e uma das condições de trabalho.Depois da lei foi verificado que as crianças que iam meio turno na escola e no outro trabalhavam, aprendiam muito mais do que os que ficavam tempo integral na escola.Os fabricantes preferiam as mulheres casadas para trabalhar em seus teares, pois a família dependia do seu trabalho, fazendo com que trabalhassem com mais afinco, sendo mais ativas e cuidadosas. Transformando assim, toda a pureza e doçura de seu caráter em instrumento de tortura e escravidão.As crianças e adolescentes trabalhadores eram massacrados, em um trabalho fatigante, que não lhes capacitava para trabalho algum e quando não serviam mais para aquilo, eram simplesmente mandados embora, sem emprego ou instrução. Transformando-se em criminosos, por não conseguirem outra atividade.Com a indústria moderna (tecnologia), o trabalhador se vê sob a ameaça constante de perder seu meio de sobrevivência. O trabalhador precisa ser mais versátil, trabalhando em vários ofícios.Os filhos do operários recem ensino tecnológico e aprendem a manejar diferentes instrumentos de produção.A exploração do trabalho infantil é mantido pelos pais, que exercem sobre seus filhos uma autoridade arbitrária, sem freio e sem controle, transformando-os em máquinas de produzir salários.Por mais repugnante que pareça ser a decomposição da velha estrutura familiar, dentro do sistema capitalista, foi a indústria moderna que criou um papel decisivo, que dá às mulheres, adolescentes e crianças, o novo fundamento econômico para uma forma superior da família e das relações entre os sexos.Uma reformulação na lei, em 1842, sugeria efeitos mais benéficos aos trabalhadores menores e adultos:horas de trabalho regulares e moderados; menos tempo de trabalho em idade prematura; oportunidade para estudo, pelo menos até aos 13 anos, lhes proporcionaria descanso e bem estar.Embora o Parlamento tenha aceitado as sugestões, vinte anos após, tudo continuaria igual: os abusos continuavam e as crianças cresciam sem a menor noção de moral, sem educação, sem religião e sem o afeto da família.Em 1867 uma nova lei regulamenta as grandes e pequenas indústrias. Estabelecendo multa para os pais e donos de oficinas que empregassem crianças, adolescentes e mulheres. Não tendo funcionado também, por abertura de exceções, compromissos com os capitalistas e falta de cobrança pelas autoridades locais.Crianças, adolescentes e mulheres continuaram sendo explorados.De acordo com ENGELS em "Carta a Gertrud Guillaume-Schack" (1885), a mulher necessita de mais proteção contra a exploração capitalista e que " uma verdadeira igualdade de direitos entre homens e mulheres só poderá ser verdadeira quando se tiver eliminado a exploração capitalista sobre ambos e o trabalho doméstico privado seja convertido em indústria pública".Ainda segundo ENGELS, em "A Origem da Família da Propriedade Privada e do Estado", "na família, o homem é o burguês e a mulher representa o proletário".O caráter particular do predomínio do homem sobre a mulher, na família moderna, assim como uma igualdade social entre ambos, não se manifestarão, enquanto homem e mulher não tivarem direitos absolutamnete iguais. O que quer dizer que a libertação da mulher exige a reincorporação de todo sexo feminino na indústria social, requerendo, assim, a supressão da família individual enquanto unidade econômica da sociedade.Fazendo relação do texto lido com a realidade escolar, o que posso dizer é que hoje ainda temos crianças e mulheres que trabalham e são exploradas pela família. Sei de alunos da escola, que por residirem perto de uma pedreira, passam a tarde ou a manhã, conforme seu turno de aula, "tirando pedra", como eles mesmos dizem,vindo para a escola com as mãos cheias de bolhas e calos. Segundo os pais, é preferível que estejam ali trabalhando, do que na rua.Outro fato muito comum em nossa realidade, são as mães "chefes" da casa, que deixam os filhos para trabalhar, enquanto os homens ficam nos bares bebendo, esperando que elas lhes tragam dinheiro.Dentro desta situação há ainda a exploração dos filhos mais velhos, que devem cuidar dos pequenos, fazendo todo o serviço da casa e ainda tendo que dar conta dos estudos na escola

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